27 de febrero de 2009

Me gritaron negra

Victoria Santa Cruz Gamarra nació el 27 de octubre de 1922, hermana del celebre Nicomedes Santa Cruz, nació en Lima, Perú. Compositora, coreógrafa y diseñadora, exponente del arte afroperuano. Hija de Nicomedes Santa Cruz Aparicio y Victoria Gamarra.

Hay más sobre ella en:

http://www.criollosperuanos.com/Compositores/Victoria-SantaCruz.htm

Olhos no espelho

Ante estes olhos no espelho
as palavras secas e vãs
vão tecendo a tristeza
em meu peito.
Mãos e pés atados...
O tempo fica como um passageiro
esquecido na estação.
O bolero da saudade me baila:
Quiero olvidarlo,
Quiero olvidarlo.
E no espelho meu eco:
eu sou tão só
Tão só
Tão

Lânguida

Debaixo destas densas madeixas
vão tecendo-se lentamente os dias
e eu
soprando as cinzas das horas vou
seguindo nesse compasso
e reconheço
a minha vida dança
conforme aquilo
que este míope olhar alcança



Ivana Oliveira, 25/02/2009.

26 de febrero de 2009

Perro Callejero

Yo soy mi propio perro
a lamerme las heridas
viviendo de los restos
atento a las caídas

Soy un perro callejero
corriendo en rotación
gruñiendo al espejo
echado al rincón

Un perro de la calle
nada posee, nada suma
y tan sólo ofrece
su compañía a la luna



Ivana, 15 de noviembre de 2004/ alterado en 25/02/2009.

Último Murmullo

Mi espíritu se hizo nublado
y en esta mirada mórbida
cubrió todo alrededor
con un velo de viudez.
Se me cortaron la altivez.
y me regalaron el suelo.

Si ahora, para caerme
basta con un soplo a la oreja
es que…
Si un día fuera ancho mi camino,
En mis pies se estrechó.
Si fuera tan abierta mi ventana,
a mis ojos se cerró.



Ivana, 15 de noviembre de 2004> alterado en 26/02/09

25 de febrero de 2009

Una Gaviota Triste















A Jocenilson Gaviota Ribeiro

Una gaviota está
Sola
lejos de las miradas
a la suave luz del recuerdo
silenciando la madrugada

Bajo las blancas nubes
vuelan las golondrinas
pero, para un ave triste
no hay invierno o primavera
todo es gris, todo nublado
días y noches templados
son una cosa sola

Por la playa una gaviota camina
y si el agua le toca las plumas
y si hay un pez tan cerca de ella
ya nada le importa ante el mar
donde todo empieza
y todo se termina

A otra orilla se ha ido
otra gaviota y la misma historia
dos gaviotas tristes son más tristes
que una milonga que llora

Se van las esperanzas
quedan los pasos finos en la arena
queda su mirada fija en la nada
y el amor se ahoga en olas
que en suave espuma se callan

Una gaviota triste delante del mar
nadie nunca se olvida

Ivana Oliveira, 26 de enero de 2009

Miragem

Vejo teu corpo desenhado
Submerso no lençol
Como a estátua de um deus
E não mais és meu
Sobre o teu ombro guardei
Meus risos e suspiros
Desatino, enganos meus?
Ontem mesmo, à noite
Entre meus seios sedentos
Semeaste alento
Em meus músculos suaves
Enterraste o desejo
Hoje sei:
Não mais és meu
E em teus olhos
Amanhecidos
Não mais me vejo


Ivana, 06/02/07

Mal que bem me quer

É o herói titânico dos meus dias,
Quem afugenta a neblina do descaso.
É um mal que bem me quer despetalada,
Que se quer em minha vida dilacerada ao desejo.
É um deus dentro do eu que eu reverencio
e louvo
E ai de mim!
Bloqueiam-se os membros, apagam-se os olhos
e cerra-se a boca.
É quem me move entre o céu e o inferno.
Mora em meu ser e é síndico
de tudo mais que me habita.

Tu quer, Nego?

A Amarino Queiroz

Tu quer mungunzá, nego?
Tu quer mukunzá?
Quer maculelê, nego?
Tu quer o candomblé?
Tu quer o axé de que Orixá?
Quer capoeira, quer, nego?
Tu quer vatapá?
Quer caruru, quer?
Quer, nego, acarajé ou abará?
Quer sambar na roda, quer?
Ou quer sambar mais eu?
Quer fevereiro, nego?
Quer levar cheiro pra Yemanjá?
Quer fazer mandinga, quer?
Tu tá querendo é dengo, né, nego?
Tu num tem jeito, nego
Tu tem é ginga
Tu num se nega a nada, não, né?
Tu quer, nego, o quê?


Ivana, 01:54 - 10 de setembro de 2008.

Noite de Inverno

Gatos galhardos miando ao telhado,
galanteiam no ócio, no frio, no cio.
Eu, aqui deitado em leito cálido,
Calado, insone, vazio.

Quintal

Desde as paredes o varal
de desordenada árvore genealógica
pinga no chão de cimento cru

E um céu nostálgico e azul
recorda a pipa de seda amarela
que já não se vê mais

As panelas a essa hora expulsam
o costumeiro cheiro de feijão cozido

No canto um sapato solitário
ao telhado uma boneca nua e desbotada sorri,
abandonada ao céu e ao esquecimento

E o sol, cumprindo sua sina, apenas brilha
nada questiona, nada replica
enquanto os olhos o deitam de um lado
pra despertá-lo do outro



Ivana, 17/07/07

Escuro Caminho

O silêncio cheira a nostalgia
E lhe sorriem corvos num tronco morto.
Segue caminhando
Sem luz no fim do túnel,
Sem a segurança de um porto.

Mentiu, é verdade que tenha mentido,
Ah, tantas vezes a máscara do orgulho
Cobriu a face da desilusão!
Mas a verdade o visita solene
No momento mais suave da sua solidão.

Olhos molhados – rua escura,
Já não se sabe,
Se de choro
ou de chuva.