18 de diciembre de 2012

Ser Rio

Sou um rio.
E este sobre o mar desfale,
Mas não sucumbe.

O rio se entrega ao vento
Sem perder a leveza dos movimentos
O rio está sobre as pedras
E se alguma está  a sobressair,
Não o detém, O rio é fluir!

 Um dia, como todas as coisas, seca.
Mas enquanto vivo,
Nunca  há de deixar de Ser.

 
Todo rio tem sempre a mesma sina:
Nunca verter
as mesmas águas


Ivana Oliveira, 18/12/2012.
Me perguntam se sou Poeta

Não penso nas definições.
Eu escrevo como o adolescente
ensaiando o primeiro beijo.
O meu poema é esse beijo
A minha língua roçando
Frente ao espelho.


Ivana, 18/12/2012.

Mimesis

A Musa é bela!

E se o quão bela é
o mesmo “bela”
que pinto,
não sei.
Só sei:  Pinto
como a veem
os meus olhos.
 
Ivana, 18/12/2012.

12 de diciembre de 2012

Um incerto poema a um certo poeta

A pedido teu, poeta, parti o teu verso
E ao parti-lo apreciei a mais bela pepita
Reluzindo em meu olhar
Parti outro verso e nele habitava uma esmeralda
Lapidada com muito esmero
E outro se partiu em minhas mãos sem que eu
Esforços fizesse
Encontrei nesse terceiro um  rubi
Que me enrubesceu a face
Mas se tu, poeta, voltas ao meu poema a tua face
E partes, por tua vez, o meu verso
Parte-o de mansinho, faze-o sem pressa
Porque a matéria da minha poesia, oh, poeta...
É tudo o que pulsa na minha artéria...

 Ivana, 12/12/12

11 de diciembre de 2012


Como adestrar esse ser selvagem
Chamado sentimento?
Como domesticar um coração
Que abusa da coragem
De quem  se des-pe-da-çou
E se (re)fez a contento?
Como se cria, cada dia
Essa fera que se lança
Quase que involuntariamente
Nesse ímpeto de entregar-se
E esperar o que não se espera?
Tu me dizes: Tem cautela!
E eu te pergunto: Com qual medida?
E se domino a fera
E se a domestico e adestro
Se acaso encontro essa tal medida...
Chamaria, então, a isso, Vida?

 

Ivana, 11.12.2012.

Embarcoração

Meu coração é um barco
sem praia, nem âncora...
Sempre vai em alto mar,
em meio às tempestades.
À deriva — os seus deleites,
quer apenas Navegar!


Ivana, 11.12.2012

29 de noviembre de 2012

A cor de Iemanjá


 
De que cor? De que cor é Iemanjá?
Deusa Iorubá, negra como a noite!

Mas uma voz teimosa vem em açoite:
Branca como dia, cabelos longos a bailar!
De que cor, de que cor é Iemanjá?
A sábia voz do vento veio me calar:
Iemanjá?  É da cor das ondas do mar!


Ivana Oliveira, 29/11/12.

5 de noviembre de 2012

Tripla haste e tripla rama
driblam, juntas, o olvido:
nas flores da tua cama,
na que és, nas do vestido...

autor: Thiago El-Chami

22 de octubre de 2012

Nasce um poema


Nasce um poema...

E eles querem saber quanto pesa,

Quanto mede,

Qual o sexo do poema?

 

Nasce um poema...

Gerado num instante fecundo

Um prematuro poema,

Inseguro estar neste mundo.

 

Nasce o poema

De parto normal como toda criatura

E todos querem saber:

O que será do poema?

O que será quando crescer?

 

Ivana Oliveira, segunda-feira, 22 de outubro de 2012 às 12:02.

Soy gris


 
Sí, soy gris, lo soy, lo sé…
Pero también soy rosa
Y  lila y roja o amarilla…

Pero hay días y tardes y noches
Que me cuesta dejar de ser gris…

 
Qué estén sellados tus labios
Cuando me quieras echar el rechazo.

Si soy gris hoy, tengo derecho de serlo,
¿O acaso el cielo ha dejado de ser cielo

Cuando viene la tormenta?


 Llega de a poco, siéntate en silencio,
Respeta la muerte de mis palabras,

O los versos lacrimosos que vuelan de mis manos…
Sólo quiero saberme libre

Para ser  gris y así, saberme plena.

 
Ivana Oliveira, primavera de 2012.
 

9 de octubre de 2012

Noche sin estrellas

 
Las palabras clavadas en la memoria
Y una sonrisa que se me apaga.
Noche, inmensa noche,
Son párpados que no se cierran
Y labios sellados en el beso
De una soledad.
 
Noche fría y seca,
Eres desierto en mi ser…
Y muchedumbre de agonía,
Bajo ese cielo que es mi manta
Soy casi tiniebla
Con un hilo de esperanza.
 
Noche negra, madre mía…
¿Adónde han ido tus estrellas?
¿Se habrán cansado de brillar?
Quizás, se marcharon angustiadas
Con la tristeza de mi poesía..
  
Ivana Oliveira, 09/10/12.

15 de septiembre de 2012

Alma de Pájaro


E quando me prendem na gaiola?

E quando me cortam as asas?

E quando, para aguçar o meu canto,

 Me furarem os olhos?

Pássaro sigo sendo...

Posto que nos sonhos

 Ninguém toca!

 

Ivana,  inverno de 2012.