13 de junio de 2009

Enigma


Rio e Margem (Río y Orilla)



leva em tuas correntes
as minhas flutuantes ânsias
e deságua em mim
tuas águas mansas

leva-me ao teu leito sereno
onde nunca estive e sempre estou em déjà-Vu
almas distintas, mesmo pulsar, mesmo fluir

yo me conformo en esperarte
aunque llena de anhelo
te espero y me miras
y te miro
eres mi Río
yo soy tu Orilla

Ivana, 13/06/09

Saudosismo

eu canto porque o momento insiste
e assumo: tenho fases de ser triste
por que negaria?
se mais felizes fomos
quando de amor e tuberculose
se padecia

Ivana, 13/06/09.

(In)quieto


a pálpebras abertas foi-se a noite
os passos amanhecem em descomeço
e das janelas ventos sopram o acaso
mas não me levam com eles
e pergunto a pálidas paredes
que ser cativo habita esse quarto?

Ivana, 13/06/09
asas pra serpentes
cálice de mártires
casas sem sonhos - gaiolas de gente!

eu, clandestina, a bordo
estranhada e estrangeira
aventurei-me a ter vez
uma voz respondeu-me ao revés:
cala-te, querida
trota a tu sina
essa é a vida...

Ivana, 13 de junio de 2009.