25 de febrero de 2009

Quintal

Desde as paredes o varal
de desordenada árvore genealógica
pinga no chão de cimento cru

E um céu nostálgico e azul
recorda a pipa de seda amarela
que já não se vê mais

As panelas a essa hora expulsam
o costumeiro cheiro de feijão cozido

No canto um sapato solitário
ao telhado uma boneca nua e desbotada sorri,
abandonada ao céu e ao esquecimento

E o sol, cumprindo sua sina, apenas brilha
nada questiona, nada replica
enquanto os olhos o deitam de um lado
pra despertá-lo do outro



Ivana, 17/07/07

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