12 de agosto de 2011

Naturezas


imagem: http://www.queenslatino.com/
Na mesa posta:
Natureza morta;
Na cama, em chamas:
Natureza viva me chama.

Poema despetalado













a palavra é despetalada ao vento...

se me quer bem ou não, que importa?

a pétala escolhe a palma da mão

que irá
c
          a
                     i
                               r

Sol de primavera


Risueño, un sol de septiembre,
se desperezaba en el horizonte…
me relató una ventana bucólica,
mientras esculpíamos formas
bajo las sábanas.

5 de agosto de 2011

IVANA

     
           (A Ivana Oliveira)

AMADA DIVINA,
FEZ-ME LÁGRIMAS DE OLHOS EM CARNE
DESENHANDO OS SONHOS DO MUNDO
SOBRE A TUA PELE FELINA
COMO A REDESCOBRIR O GOZO DAS ÁGUAS
TOCANDO A TERRA EM CIO
NO FERVOR NO SERTÃO
NAS TERRAS DE MINHAS ANDANÇAS
ATADO A TRANÇAS DE NOMES E VÃOS
OBSERVO O ORGASMO DE TUAS PÉTALAS
E DAS PALAVRAS QUE DELAS BROTAM
SUGO RENDIDO O ROCIO MADRIGAL
DE TEUS DEDOS E BOCAS
DE ANJO-FERA,
MENINA-MULHER-MÃE
AMADA CANÇÃO


(ANGELO RICCELL PIOVISCHINI)

Memórias vivas

           A Angelo Riccell Piovischini

Eu vi o poeta desnudando-se da vergonha
e rasurar o poema – página em conflito!

Eu vi o poeta ainda menino, o poeta amigo,
homem-macho-escracho-bicho-bicha,
catando palavras belas, incultas, execráveis à mão cheia.

Vi o poeta revirar o lixo e a luxúria,
beber a própria bílis quando finda a boemia.

Eu vi o poeta masturbando o Narciso de si
com seus dedos e línguas múltiplas.

Vi o poeta soletrando as horas
na fumaça do seu cigarro de palha.

Vi o poeta fazer surgir um Novo Horizonte
a cada piscar de olhos seus.

Vi o mesmo poeta semeando
em terras Queimadas.

Eu vi as lágrimas alegres
e o sorriso triste desse pierrô-poeta.

E vi o poeta, anjo renegado,
prostrar-se ao único deus qu’ ele venera:
o Tempo.


Ivana Oliveira, 05 de agosto de 2011.

Pôr-do-Sol

Pôr-do-sol em FSA - foto: Milvo
esta triste hora
quando no alto o céu doura
é sempre adeus

4 de agosto de 2011

relento



um vaga-lume acende-me
os olhos de noite
e encanta a barra do dia.
enfim é alvorada.
tudo há de passar ao já.


Angelo Riccell Piovischini

before going to bed




despedir-se da noite
levantar paredes de nuvens escuras
cavalgar sobre horas medusas
na fiez do veio do tempo.
sonho, obtuso segredo de musas.


Angelo Riccell Piovischini

NH – FSA, 10/10/10

tese de vento



em plena pausa 
a alma decalca 
os vendavais de mim
elo de roturas nas agruras
que renda ais  sem fim



Angelo Riccell Piovischini

NH – FSA, 10/10/10